Depois de alguns anos no Norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e instalaram-se no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de Dom Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste paço que esta Rainha vivera os últimos anos.

Havia boatos de que o Príncipe se tinha casado secretamente com Dona Inês, facto confirmado por Dom Pedro I na famosa Declaração de Cantanhede.

A Declaração de Cantanhede, feita pelo rei Pedro I de junho de 1360, na igreja de Cantanhede, é o juramento pelo qual o rei declarou ter casado com a dama galega Dona Inês de Castro em Bragança, haveria então uns sete anos, em mês e dia de que não se lembrava, em cerimónia religiosa, e secreta, celebrada por Dom Gil, deão da Sé da Guarda e testemunhada por um dos criados do rei.
A declaração foi confirmada em Coimbra em 18 de junho do mesmo ano, pela notificação de Dom João Afonso, Conde de Barcelos, a prelados, fidalgos e povo, nos paços da escola de Coimbra. Foram testemunhas Estevão Lobato, seu criado, e o dito Dom Gil da Guarda, que era então bispo da Guarda.

Reza a lenda que a Fonte de Dom Pedro em Cantanhede, era o sítio onde Dom Pedro parava para descansar, dando de beber ao seu cavalo, numa pia em pedra de Ançã, que ainda hoje lá permanece. Este local também seria propício aos encontros discretos entre os dois amantes, Pedro e Inês.

Era o ponto de encontro onde namoravam.

Diz-se que entre a Fonte de Dom Pedro em Cantanhede e o Castelo de Montemor-O-Velho havia um túnel secreto. Este servia para quando os sitiados estavam cercados, poderem vir a Cantanhede buscar mantimentos ou fugir se necessário.